A saída é pelo fundo!

19/11/2020 | Escrito por Cleila Elvira Lyra
Voltar ao topo

Quando aparecem sintomas como medo, raiva, depressão, o que fazemos? Nos livramos deles o mais rápido possível. Mas pode ser um mau caminho, pois nossos sintomas querem falar e não serem ignorados. Eles chamam a atenção para outro nível de consciência, pois são representantes de algo, que precisa ser tratado na fonte.

Estes tempos, isolados, convivendo mais com familiares, nos empurram a viver as cinco fases do luto, descritas por Klüber Ross, que podem ser entendidas como sintomas.  O ciclo da elaboração da perda se compõe de Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação. O modelo é útil para pensar várias situações na vida, mas vamos focalizar o momento atual.

Quando algo difícil nos acontece, a primeira reação é Negar: “antes desse novo coronavírus chegar no Brasil, descobrirão a cura”. Confirmados que são 150 mil mortos, surge a Raiva: “droga! tenho de ficar isolado, um horror”. Como a raiva não solucionou, surge a Barganha: “prometo fazer uma novena online para a santa”. Mas como nada acontece apesar das tentativas, entramos em Depressão: “posso morrer como qualquer cidadão do planeta”. E desse fundo de poço, podemos sair diferentes, Aceitando a realidade: “para diminuir as chances de adoecer, me cuidarei”.

Assim, para solucionar cada um dos sintomas do ciclo, precisamos vivenciar cada fase, sem querer saltar nenhuma. A saída do problema com a resolução dos sintomas vem depois de uma fase dolorida de depressão, que deve, como as outras, ser vivida e não disfarçada com medicamentos ou outro “anestésico do coração”.

            Como afirma o título, se estiver procurando uma saída, saiba que é pelo fundo.

 

Nota. Se esta abordagem faz sentido para você, veja o artigo completo no livro Psicologia, Coaching, Fronteiras. Indagações Impertinentes. #brazilpublishing